Foram divulgados, na terça-feira, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) relativos ao mês de março deste ano. O levantamento apontou que em Pelotas, no período, foram criados 502 novos empregos formais, com destaque para os setores de serviços, que gerou 255 cargos, e da indústria, que atingiu o saldo positivo de 190 vagas. A cidade de Rio Grande também registrou um saldo positivo de empregos em março, embora menor: 292 novas vagas, considerando as admissões e demissões em todos os setores. Na cidade, destacaram-se os setores de serviços e indústria, com 255 e 190 vagas, respectivamente. Em comparação com o balanço do mês de fevereiro, as duas maiores cidades da Zona Sul apresentaram um progresso no sentido da ocupação geral.

Pelotas expõe um quadro de evolução levando em conta o primeiro trimestre de 2024. O primeiro saldo positivo de empregos da cidade foi apresentado em fevereiro, com 197 novas vagas, já que no mês de janeiro o índice foi negativo, quando houveram 355 demissões a mais. A análise dos primeiros meses do ano aponta a criação de vagas especialmente no setor de serviços, a cada mês. Na indústria, o crescimento observado em fevereiro foi mantido em março. O ramo de construção, que vinha exibindo saldos negativos em janeiro e fevereiro, gerou mais cargos em março.

Pelotas
(1º trimestre)
Janeiro
• Admissões: 2.254
• Desligamentos: 2.609
• Saldo: 355

Saldo por grande grupamento de atividade econômica
Setor Saldo
Serviços 107
Agropecuária -12
Construção -30
Comércio -84
Indústria -336
Fevereiro
• Admissões: 2.686
• Desligamentos: 2.489
• Saldo: 197

Saldo por grande grupamento de atividade econômica
Setor Saldo
Serviços 182
Indústria 134
Agropecuária -2
Construção -56
Comércio -61
Março
• Admissões: 2.939
• Desligamentos: 2.437
• Saldo: 502

Saldo por grande grupamento de atividade econômica
Setor Saldo
Serviços 242
Construção 138
Indústria 106
Agropecuária 11
Comércio 5

Rio Grande
Ao contrário de Pelotas, a cidade do Rio Grande teve saldo positivo em janeiro, quando 301 empregos foram gerados. Ainda, a comparação com os primeiros meses do ano, considerando os grupamentos de atividade econômica, evidenciam uma redução expressiva das vagas no setor de comércio, além de mostrar o crescimento das contratações no campo da indústria. Enquanto isso, o comércio apresentou números negativos nos últimos três meses.

Rio Grande
(1º trimestre)
Janeiro
• Admissões: 1.753
• Desligamentos: 1.452
• Saldo: 301

Saldo por grande grupamento de atividade econômica
Setor Saldo
Serviços 309
Construção 47
Indústria 18
Agropecuária -9
Comércio -64
Fevereiro
• Admissões: 1.594
• Desligamentos: 1.524
• Saldo: 70

Saldo por grande grupamento de atividade econômica
Setor Saldo
Serviços 159
Indústria 34
Agropecuária 27
Construção 3
Comércio -153
Março
Admissões: 1.925
Desligamentos: 1.633
Saldo: 292

Saldo por grande grupamento de atividade econômica
Setor Saldo
Serviços 255
Indústria 190
Agropecuária -4
Construção -38
Comércio -111
Fonte: Painel de Informações do Novo Caged (Março 2024)

De acordo com o professor de economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Marcelo Passos, no caso de Pelotas e Rio Grande, a retração de janeiro reflete o fim dos empregos temporários do final do ano passado e início de 2024. “Foi uma retração sazonal, concentrada no comércio e indústria. Após tais demissões, vieram as novas contratações, refletindo a nova programação de investimentos para este ano, sobretudo na indústria”, explicou o professor.

O economista acrescenta que o comércio ainda está em retração por causa da queda sazonal de vendas que ocorre geralmente no início de cada ano. “Agora em maio, com o dia das mães, pode ocorrer uma retomada. A chegada das coleções de roupas de inverno também pode melhorar a atividade comercial”, ponderou. Outros pontos, segundo ele, que reduziram as vendas do comércio foram a inadimplência, ainda elevada, e o aumento do endividamento das famílias no início do ano.

País e RS
Em março, o Brasil teve variação positiva de 244 mil empregos formais com carteira assinada, cerca de 62 mil cargos a menos em relação a fevereiro. O setor de serviços seguiu liderando com maior número de novos postos de trabalho. No âmbito agropecuário, houveram mais demissões do que contratações no mês de março, com saldo negativo de 6.457 cargos, ficando em último na lista de grandes grupamentos. O Rio Grande do Sul reproduziu a tendência nacional, com o saldo positivo de 10.490 novos empregos - redução de 15 mil para fevereiro - e o setor agropecuário em último na lista, com saldo negativo de 7.713 empregos. A diferença ficou para o topo da listagem, já que o destaque foi o ramo da indústria, com saldo de 6.455 vagas criadas.